A AMADURA.

Hoje posso medir o quanto chorei…
Hoje posso medir minha luta, minha estranha poesia e meus argumentos convenientes e totalmente aceitáveis (pelo menos para mim e para o meu coração)
Hoje, com uma delicada e mortal sutileza, posso afirmar que tenho em mãos a medida exata de cada instante que me diluí em inúteis sopros de esperança, como a minha própria existência, este álibi de todo amanhecer, detém a paixão que tive e tenho pelos segundos que não me contive e iniciei, mesmo que silenciosamente, um despretensioso papo com Deus, estilo “Jogo da verdade”, só que mal sabe Deus que a etmologia desse jogo remetará apenas as sua perfeição (É que faz parte da gente: fingir uma conquista, teimar com a realidade, inventar uma natureza, acontecer uma verdade mesmo que por alguns fatídicos instantes, e eu, como bom mortal, tive que me encaixar nessa convenção maluca).
Hoje, mesmo com todos os adjetivos que possam cair sobre mim como afiadas lâminas, eu tenho a certeza absurda que valeu cada mancada, cada vexame, cada bobagem que eu deva ter falado sem pensar, cada grito inconsequente, cada gesto incompreensível e todas as tentativas vãs de convencer alguém de que eu estava o tempo todo certo!
E eu estava, sim…
Eu sempre estive o tempo todo certo, apesar da cegueira e dos pedaços que posteriormente e com um imenso peso nos ombros eu precisei juntar, o tempo todo eu estive com a razão absoluta das coisas!
O que começou como um lindo nascer de sol dentro da alma, no final foi como o lírio que é pisoteado pelo tigre.
Hoje, continuo sendo aquele belo lírio que um dia viu sua própria alma se encher de luz por um objetivo e que por ele chorou, tentou, caiu, vibrou, viveu e acima de tudo, lutou com todas as pequenas e grandes forças que lhe são de direito nessa vida.

Hoje eu posso dizer que, um dia, já rasguei meu coração por um sonho…

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